Luiz Felipe Gabriel diz que novas formas de coletar as informações processadas são as principais inovações verificadas nas metodologias usadas nas pesquisas de opinião
Uma ferramenta muito utilizada por políticos e legendas partidárias no período que antecede as eleições é a pesquisa de opinião. A partir dos resultados levantados que apontam as preferências dos eleitores, os responsáveis pelas campanhas desenham suas estratégias e definem suas ações para conquistar os eleitores. E as pesquisas de intenção de voto, que são classificadas como pesquisas de opinião, são realizadas a partir de metodologias que passaram por diversas mudanças e avanços desde que foram criadas.
CEO do Instituto Verus, o consultor de empresas Luiz Felipe Gabriel trabalha no segmento de pesquisas de mercado e de opinião há cerca de 30 anos. Ele esclarece que as principais mudanças observadas nas metodologias utilizadas na produção das pesquisas de opinião estão relacionadas às formas de coletar os dados. “Hoje é possível se coletar dados pela internet, pelo celular e outros meios que na década de 90 sequer existiam”, diz.
Luiz Felipe acredita que o avanço da tecnologia interferiu diretamente neste processo, além da evolução do processo de urbanização que trouxe uma logística mais facilitada para a realização das pesquisas de opinião em campo. “Hoje temos estradas que permitem acesso a praticamente todos os municípios do país, possibilitando deslocar pesquisadores de campo a lugares mais distantes e isso era praticamente impossível no início. E, se optar por coletar os dados à distância, você tem várias facilidades trazidas pela tecnologia”, pontua.
Outra inovação no segmento de pesquisas de opinião pública, segundo Luiz Felipe, foi a introdução no mercado das pesquisas qualitativas, que são aquelas cujos resultados não são apresentados em forma de números. “Os resultados não são números, nem tabelas e sim em forma de texto, com análise e testemunhais que penetram no universo mais íntimo do público pesquisado, são os porquês”, explica.
O CEO do Instituto Verus cita uma novidade no segmento, que é a chamada pesquisa netnográfica. Segundo o consultor de empresas, esta forma de pesquisa é feita a partir de monitoramento de grupos de redes sociais. “A metodologia de pesquisa netnográfica compreende a observação de grupos segmentados em redes sociais ou do WhatsApp, por exemplo, na condição de expectador como acontece na pesquisa etnográfica, porém aplicada à era digital”, completa.